terça-feira, 27 de março de 2007

Sente-se revoltado, não é verdade?

Após observar diversas entrevistas televisivas, chego à conclusão que a maior parte dos nossos jornalistas se encontram nessa profissão como uma espécie de estágio para mais tarde enveredarem por uma promissora carreira como escritores de novelas. O sensacionalisto é gritante!!!Vou dar um exemplo que qualquer semelhança com a realidade (uma bem retorcida)é mera cuincidência.Ca vai:
-"Numa casa sem condições, sem electricidade, água potável, esgotos, em que chove, com apenas um quarto, mora uma mãe solteira, paraplégica, cega de um olho e menor de idade. As carências são evidentes, 3 dos 25 filhos sofrem de atrasos mentais, lepra e acne, outros 5 são alcoolicos. Para quem julgasse que uma situação destas se encontraria no interior profundo, este caso encontra-se na capital, sem o apoio da autarquia, Josefa pode apenas contar com a ajuda de alguns vizinhos. (etc....)"
Esta narrativa serve apenas para ilustrar o tipo de jornalismo que se tem vindo a fazer nos últimos tempos. Será que não existem notícias suficientes para preencher uma hora de jornal, para que seja necessário inventa-las? Historiazitas de fazer chorar as pedras da calçada (ou não), intervenções de pessoas extremamente revoltadas com qualquer coisa, ou peças sobre coisas engraçadas que se passam com os pandas do jardim zoológico de Tóquio....Mas que raio? Qualquer dia quem vai aparecer numa entrevista num canal qualquer de televisão vou ser eu. "Sinto a minha inteligência insultada e quero pedir uma indeminização churuda aos responsáveis pela programação deprimente que passa na televisão pública portuguesa e também por danos psicológicos porque fiquei lesada ao julgar que me poderia pelo menos socorrer de programas sérios como um boletim informativo" Tenho a certeza que ganharia, bastava-me arranjar um jornalista que desse a conhecer a todo o país o meu sofrimento.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Inteligência emocional

"Na psicologia, inteligência emocional é um tipo de inteligência que envolve as habilidades para perceber, entender e influenciar as emoções.Descreve uma capacidade, ou uma habilidade de perceber, para avaliar, e controlar as emoções de si mesmo, de outro, e dos grupos."

Diz-se que este tipo de inteligência é duas vezes mais importante no sucesso do que a inteligência pura e simples. Não se limita apenas a criar empatia entre as pessoas mas também a estreitar laços, estabelecer relações de confiança ou mesmo uma apurada intuição. Este facto explica o talento inato de liderança de algumas pessoas ou o génio de antevisão de conportamentos sociais. Normalmente estes fenómenos chegam ao nosso conhecimento através de casos específicos de individuos que à partida não teriam qualquer preparação a nível escolar e não devendo muito à sua capacidade intelectual, atingiram o sucesso empresarial ou munetário. Acima de tudo, alguém com um elevado QE pode ser considerado um manitulador nato, nós somos as marionetas e ele o mestre que tem o mundo na mão.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Homem - Carro, essa bonita relação

Alguns homens têm com o seu carro uma relação de estima tão profunda que os tratam quase como se tivessem vida. Falam com ele acariciam-no, tratam dele todos os fins de semana como se disso dependesse a sua vida. Nada de pés sujos, bater com portas ou comer ou beber dentro dos mesmos. É precisamente aí que um carro de mulher se distingue de um de homem, normalmente um carro de mulher esta sempre sujo e não vê um aspitador e uma lavagem há muito muito tempo.....Isso e os autocolantes e bonecos dentro do carro (normalmente animais felpudos). Um carro de homem normalmente tem tudo o que tem direito, spray para tablier, spray para jantes, ambientadores, cera e mais um cem número de produtos, que eu como mulher não faço a mais pálida ideia.
Há ainda um outro aspecto curioso que julgo ser um troço da teoria da relactividade ainda não patenteada: A relação directa entre a potência do carro e o crescimento do ego do tipo que la vai dentro. Esta relação directa dá origem a demonstrações de ego geralmente em semáforos vermelhos que possibilitem o posicionamento de dois carros ao lado um do outro. Dão-se então alguns rituais típicos, acelerações, aumento de volume de música e em casos mais graves, o acender de luzes negras ou variantes. No caso de ser uma mulher no carro ao lado, o comportamento é modificado para uma tentativa de ritual de acasalamento, dando origem ao aumento do volume da música, uso da buzina ou abertura da janela do condutor. Nesse momento, encolho os ombros e sigo o meu caminho assim que a luz verde acende no carro com falta de uma lavagem e com um outro boneco felpudo no seu interior.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Fatos estampados

Sempre me fascinou a capacidade que algumas senhoras têm de invergar orgulhosamente fatos estampados, sejam eles padões de animais da savana, arborescências ou simplesmente uma mescla de cores abstracta. Pode ter-me passado ao lado mas estaremos a tentar entrar para o guiness por mais um motivo cretino?!?Tipo a maior concentração de pessoas a terem ataques epiléticos ao mesmo tempo - "queres participar? entao junta-te a nós no próximo sábado na avenida da república e traz a roupa mais visualmente ofensiva que conseguires".....Temos ainda tantas outras variantes, por onde começar? Folhos, muitos folhos, brilhantes, roupa bordada com brilhantes de várias cores, pessoas vestidas totalmente de branco, azuis bébés, cor de rosa, amarelo, verde alface, misturas de padrões (quadrados com riscas com estampados de leopardo....)e claro, bijuterias bastantes bijuterias e quanto maiores, melhor, douradas, douradas com grandes pedras coloridas. Ahhhhhhh,acho que tenho dir ali por um trapo ma boca para não engolir a lingua....

sexta-feira, 9 de março de 2007

Dia da mulher

Ontem foi dia da mulher, uma data tão importante que só me apercebi já depois da hora do almoço. Não vejo qualquer sentido nesta data, pode parecer clichê mas não é necessáro existir uma data definida para que nos lembremos das coisas, isso pode acontecer todos os dias. Não digo isto em relação a esta data em específico mas em relação a outras datas que não passam de estrategias comerciais. Parece que todos os anos surgen datas "especiais" novas. O dia dos namorados, o dia do pai, o dia da mãe, o dia da criança, o dia dos avós. Esta última tomei conhecimento há sensivelmente dois anos quando confrontada pelo meu avô que me disse indignado que era dia dos avós e eu não lhe tinha sequer telefonado....O que é que se segue? o dia dos animais domésticos no qual temos de levar o nosso bichinho a jantar fora, sem nos esquecermos de lhe darmos um brinquedo novo?

quarta-feira, 7 de março de 2007

Concentração masculina

Não é fantástica a forma como os homens conseguem entrar em "tilt" sempre que uma mulher mais ou menos atractiva (mais ou menos despida também resulta) se encontra nas redondezas? Nem é necessário que se encontre presente - fisicamente entenda-se - pode ser pela televisão. Qualquer linha de raciocínio levada até então é bloqueada dado o afluxo de sangue a outras partes do corpo. São capazes de dizer a copa, se existem botões desabotoados, decotes mais pronunciados, saias mais curtas que o normal ou até se a pessoa em questão sente frio! Uma vez perdidos nestes processos mentais, deixam todo o espaço do mundo para serem manipulados de forma obvia. Um sorriso, um olhar em específico um sacudir de cabelo um toque podem fazer maravilhas. Desengane-se quem pensa que os homens lideram o mundo, está provado que é precisamente o contrário. Nem que seja por um instante, uma mulher atraente é capaz de fazer toda a concentração de um homem focar-se unica e exclusivamente nela. Instinto ou simplesmente excesso de atenção?

segunda-feira, 5 de março de 2007

Would you like to order?

Mais um episódio presenciado num restaurante: Uma senhora entra olha em volta e senta-se numa mesa sozinha. Prontamente o empregado dirige-se à mesa escolhida e pergunta se gostaria de pedir. "Estou a espera de alguém....". O Empregado pede desculpas e afasta-se. Meia hora passa, entre vislumbres de relógio e tentativas de ligação. A senhora sente-se claramente desconfortável e o empregado impaciente - está prestes a começar o duelo. O empregado dirige-se mais uma vez à mesa e pergunta se gostaria de pedir alguma coisa, desta feita, a senhora vê-se forçada a pedir a bebida, esperando com isto ganhar algum tempo. O empregado toma nota e volta rapidamente com o pedido, com ar que não desistirá facilmente. Afasta-se...Mais algum tempo passa e ninguém aparece, o empregado desloca-se vagarosamente em direcção à mesa alvo. A senhora pega no telemóvel e tenta uma última ligação gorada. O empregado chega, é um facto, tem de desistir. Pede qualquer coisa sem grande vontade. O empregado afasta-se com um sorriso trasnversal.
Algo que numa outra situação teria sido completamente inoquo, fez com que a pessoa em questão, já fragilizada com o facto de ter sido abandonada sem qualquer explicação, se viesse a sentir ainda mais miserável. A insistência dizia "Levaste tampa, ok. Então agora vamos mas é pedir que eu tenho mais que fazer e se é para ter a mesa ocupada convém que faça alguma despesa". Sempre adorei a forma de dizer as coisas sem as dizer:
"Deseja pedir?" - "Para estar nesta mesa deve fazer um consumo jeitoso"
"Vou ter que o convidar a sair" - "Põe-te la fora!"
ou ainda o sermos perseguidos dentro de lojas pelos empregados que a cada 5 passos nos perguntam se precisamos de ajuda. - "Estou de olho em ti para o caso de quereres deitar a mão a qq coisa..."
Em qualquer dos casos, mando-os dar uma volta. Mas desta feita, com todas as palavras.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Vamos ter que nos chatear?

Ontem, enquanto esperava pela confecção do meu jantarito num restaurante com essa fantástica invenção - o take-away - deparei-me com uma cena que sempre me fez alguma confusão. Duas senhoras tinham acabado de jantar, num típico jantar de amigas, quando chegou a altura de pagar a conta. Neste momento estalou a seguinte discussão:
- Vá, vou la pagar.
- Ai, não sejas parva, pago eu.
- Queres ver que a gente vai ter que se chatear?
- Pago eu.
- Não, pago eu...
Após esta troca de palavras segui-se um sprint até à linha da caixa onde a discussão continuou com suaves empurrões entre ambas, até que uma deles saiu vitoriosa e lá conseguiu pagar....
Questão: Alquém quer assim tão desesperadamente pagar a despesa feita por outra pessoa? Ao ponto de haver uma chatice entre pessoas que são amigas há algum tempo? Ao ponto de haver uma discussão pública com direitos a empurrões?
Resposta: Não. Este tipo de cenas dignas de teatro aos melhores níveis não passa de representação social, ambas as pessoas insistem em pagar a totalidade da conta porque:
1º Pagar apenas a sua despesa revela mesquinhez e avareza.
2º Fazer a divisão do total e pagar apenas essa parte, embora menos grave que a primeira opção, pode ser interpretado da mesma forma.
3º Pagar a totalidade, isso sim é aceite.
Eis o processo de pensamento de ambas as pessoas dado estes pressupostos:
Quem não pagou - "Vou insistir sempre para que dê a impressão que quero realmente pagar a conta, contudo no fim, safo-me por uma nesga, simplesmente porque perdi tempo neste jogo discutindo ao pé da caixa, sem que tenha a minha carteira. Depois só me resta fazer ar de desaprovação e dizer que tem que me deixar pagar para a próxima vez"
Quem pagou - "Vou insistir sempre para que dê a impressão que quero realmente pagar a conta, mas raios.....ela foi buscar a carteira logo agora que a empregada me estende a mão para pedir o devido pagamento e já o tenho aqui na mão....vou ter que pagar desta vez.....Não faz mal, para a próxima paga ela mas num sítio mais caro...."
Passado isto, seguiram o seu caminho de braço dado, felizes na sua amizade.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Grande passo

Durante toda a vida é-nos feita uma lavagem cerebral para que cresçamos e formemos uma familia. A ordem das coisas está estabelecida quase, cornometrada:
- Até aos 18 anos (17 para alguns), frequenta-se a escola (com boas notas de preferência, como preparação para a próxima fase).
- Dos 18 até aos 23 , Universidade completa nos 5 anos de praxe (estágio incluído).
- Após boa prestação durante o estágio, obtém-se o merecido posto de emprego fixo (mais ou menos bem remunerado).
- 23 até ?, chega então aquela fase na qual é suposto "formar família" (normalmente resultante dos namoros de faculdade). Porque afinal de contas, já se tem um emprego estável e a idade já vai sendo de "juntar os trapinhos". Vejo as pessoas que me rodeiam seguir estas regras incutidas, quase inconscientes, com uma cordialidade e conformismo que me assustam. "Juntemo-nos, vivamos juntos, casemo-nos, tenhamos filhos...." Tudo isto são coisas que vejo num futuro longinquo mas o que recebo por demonstrar esta minha opinião, são geralmente acenos e ares reprovadores, como quem diz: "Coitadinha.....Não te despaches não.....Qualquer dia (quando nós estivermos rodeados de crianças ranhosas e birrentas - mas adoráveis) ninguém te vai querer, porque já passaste da idade. Será só a mim que este tipo de mentalidade pequenina e sem quaisquer prespectivas deixa deveras deprimida?