Todos temos uma concepção de Natal.
O Natal ao que sempre nos habituámos.
O meu era passado na terra dos meus avós.
O pinheirinho era natural (o que enchia a casa de um cheiro especial), a decoração era parca e antiquada.
A roupa ficava toda a cheirar a fumo.
No dia 24 começava-se logo de manhã a fazer o farnel. As receitas com o meu avô e o meu pai saíam sempre mal e o estado da cozinha era a testemunha.
À noite via-se o ET pela milésima vez no canal 1.
Depois de consumidas algumas garrafas de vinho caseiro, qualquer desculpa era boa para teimas.
As peúgas abundavam entre as prendas masculinas, os paninhos de enxoval, entre as femininas.
Achava tudo isto fatela.
Sinto falta.
Não tem o mesmo sabor.
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6 comentários:
O teu eu do passado se te ouvisse a dizer essas coisas... chamar-te-ia... "fatela".
Ah pois era.
shared feelings... :|
Provavelmente. O meu eu do passado não tinha a noção que quando as coisas deixam de existir é que mostram a sua verdadeira importância...
É mesmo. Mas acho que o teu problema era nessa altura não beberes do tintol. Irias achar tudo muito mais divertido...
Pois, infelizmente no Algarve não é costume dar sopas de cavalo cansado aos putos. O máximo que podia acontecer era encher a barriga de medronhos e apanhar uma torcida (it happened)...
"uma torcida"! LINDO. Isso sim é uma bela recordação de Natal!
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